“Adolescência” e “Reformatório Nickel”: Retratos da Violência
Na última semana, foi praticamente impossível não ser impactado com alguma matéria, vídeo ou story sobre a minissérie Adolescência, da Netflix. Com apenas quatro episódios, a obra se destaca pelo uso do plano sequência (ou seja, cada episódio é filmado em um plano contínuo, sem cortes). Essa escolha técnica foi alvo de debate acalorado nas redes sociais: é uma forma pretensiosa de chamar atenção do público ou realmente acrescenta algo à história? Antes de responder à pergunta, vale dizer que ess
Bia Matera: Se por um lado eu fico feliz que a relação com o celular está mudando, com a proibição nas escolas, por exemplo, por outro eu acho que o tivemos por tempo suficiente para fazer um grande estrago. Sou um pouco mais velha que você, então minha geração foi se tornando digital gradualmente, já víamos ali nascer alguns comportamentos tóxicos (como comunidades no finado Orkut que perpetuavam o bullying a algum colega ou professor, chegando a crimes como racismo). Há 20 anos o mundo era outro, então, isso era visto "como uma brincadeira de moleques". Mas a semente foi plantada lá atrás para comportamentos que vemos hoje se perpetuarem hoje em dia.Acho que é uma discussão interessante e necessária como sociedade. Uma pena que precisamos chegar a pontos extremos (a série é inspirada em casos reais) para muita gente começar essa reflexão. Ótimo texto, Sté!