Bia Matera: Senti que esse texto doeu em você, de certa forma, para escrevê-lo. Doeu em mim, também. Dói muito pensar nesses lugares. Comentei no artigo do Cinematografia Queer aqui no Peliplat sobre o filme contando a história da Maria Schneider que não consigo imaginar o que ela passou. Marlon Brando morreu como uma figura lembrada, mítica, como galã. Maria Schneider adoeceu e quase caiu no esquecimento. A violência da cena continuou ao longo dos anos.

Bia Matera: Se por um lado eu fico feliz que a relação com o celular está mudando, com a proibição nas escolas, por exemplo, por outro eu acho que o tivemos por tempo suficiente para fazer um grande estrago. Sou um pouco mais velha que você, então minha geração foi se tornando digital gradualmente, já víamos ali nascer alguns comportamentos tóxicos (como comunidades no finado Orkut que perpetuavam o bullying a algum colega ou professor, chegando a crimes como racismo). Há 20 anos o mundo era outro, então, isso era visto "como uma brincadeira de moleques". Mas a semente foi plantada lá atrás para comportamentos que vemos hoje se perpetuarem hoje em dia.Acho que é uma discussão interessante e necessária como sociedade. Uma pena que precisamos chegar a pontos extremos (a série é inspirada em casos reais) para muita gente começar essa reflexão. Ótimo texto, Sté!

carlosnorcia: Concordo bastante com você em tudo que você falou – a importância do prêmio em si, quão importante é mantermos a memória (tanto pessoal quanto coletiva, social) viva, e também como a arte tem um papel importante nisso.Fora que ganharmos um Oscar é um motivo pra gente celebrar mesmo!