Olá! Eu sou o Sherlock, e amo assistir a lançamentos de filmes. O filme do qual eu quero falar hoje é “Broker”, dirigido por Hirokazu Koreeda e estrelado pelo vencedor do Prêmio de Melhor Ator de Cannes Song Kang-Ho, além de Gang Dong-Won e Bae Doona. Esse elenco já me fez ter grandes expectativas antes de assistir o filme. No IMDB, sua avaliação é de 7.4. O diretor japonês e sua equipe coreana nos contam aqui um conto de fadas com esse título.
Nesse filme bastante calmo, Hirokazu Koreeda, sempre há uma forte e profunda base para que o público possa estar imerso rapidamente na sua linguagem criada pelas lentes. Desde o início, sem falas ainda, já prendeu a minha atenção. Eles estão realmente “trocando o bebê”. Em uma noite chuvosa, uma mulher com uma capa de chuva vai até um caixa eletrônico, pega o bebê que está em seu colo e o deixa no chão, e então sai.
Aí outra mulher que estava observando em segredo por bastante tempo, pega o bebê, abre o caixa eletrônico e coloca o bebê dentro.
Aí a caixa é aberta e dois homens pegam o bebê e o levam para casa.
Quem diabos são eles? O que está acontecendo aqui? Isso atiçou minha curiosidade na hora. Na verdade, a primeira mulher é a mãe biológica da criança, e também é uma prostituta. A segunda é uma policial investigando o caso. E os dois homens que apareceram depois irão vender a criança, eles são os ‘’brokers’’, do título do filme.
O que conecta esses personagens desconcertantes é a estação de transferência de bebê, um dispositivo colocado do lado de fora das igrejas coreanas que permite aos pais que não conseguem criar seus filhos os abandonarem de maneira legal e entregá-los às igrejas e orfanatos para serem criados. O surgimento desse tipo de coisa inevitavelmente levantará algumas controvérsias morais. Isso é exatamente algo que Hirokazu Koreeda gostaria de filmar, passando pelos limites da lei e moralidade, explorando a dor e emoção escondidas na sociedade.
A história de “Broker” é muito parecida com a de “Assunto de Família”. Hirokazu Koreeda usa sua mágica para fazer com que várias pessoas que não tem nenhuma relação uma com a outra se tornarem os ‘’pais’’ da criança. Alerta de spoiler para os amigos que ainda não assistiram o filme, por favor sejam cautelosos ao descerem a tela.
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O enredo provavelmente é algo do tipo: os dois homens que roubam a criança acham que a mãe biológica nunca voltaria à porta novamente. Mas dessa vez, eles calcularam mal e a mulher voltou para encontrar a criança. Quando ela ouve o preço sugerido pelos irmãos, fica interessada e deseja lucrar com a situação. Então eles começam uma jornada no tráfico de pessoas.
Pelo caminho eles se deparam com vários adotantes, alguns dos quais são policiais infiltrados que desejam prendê-los. Mas as coisas não saem como esperado todas as vezes, e o bebê não foi vendido, o que deixa a polícia ansiosa.
À medida em que a trama se desenvolve, todos começam a tomar um caminho diferente de sua trajetória inicial. Um grupo de pessoas que nunca poderiam estar juntas acabam no final formando uma família. Na verdade, isso não é difícil de adivinhar, pois sempre foi a marca do diretor. Mas dessa vez, a sensação é de que algo mudou levemente.
A maioria das pessoas que assistiram o filme devem ter algumas dúvidas sobre o seu final, que também foi a parte mais criticada do filme. So-young se entrega, dizendo que ela matou acidentalmente o pai biológico da criança. Sang-hyeon está encarregada de se livrar do brutamontes enviado pela família do falecido para manter So-young e a criança vivas. Ele é exonerado por não estar no local da troca. Mas de acordo com as filmagens dele assistindo o jornal no final do filme, ele deve ter matado o valentão.
A criança na verdade foi trazida pela polícia, e os compradores que chegaram lá para comprá-la antes de se tornarem seus padrinho e madrinha teriam que visitá-la de tempos em tempos. A mãe biológica do bebê, que foi solta da prisão a essa altura, trabalha agora em um posto de combustíveis. Uma van vem pegá-la do serviço. A última cena do filme fica sendo a da “foto de família”.
A história nos diz que desde que todos deem um pouco de amor, o mundo se tornará mais caloroso e um lugar mais bonito. Mas esse ainda é o estilo de Hirokazu Koreeda? Não é que ele não possa ser caloroso, ou narrar um conto de fadas, mas o problema é que isso requer pistas fortes e lógica, e isso em “Broker” vem muito rápido. Muitas vezes, o lugar precisa de um poder explosivo ou a história fica apagada. Existem muitos detalhes no filme que deixam as pessoas confusas, e o final é um pouco como se trouxesse uma felicidade forçada.
A mágica dos filmes de Hirokazu Koreeda sempre foram a complexidade, as emoções multifacetadas escondidas em imagens despercebidas. Ou é generoso, ou malicioso, gentil ou cruel, acorrentado ou escapando. Por exemplo, em seu trabalho de estreia, em 1995, “A Luz da Ilusão”, ele conta a história de uma mãe solteira trazendo seu filho ao se casar novamente com um homem, na tentativa de integrar uma família reorganizada.
“Ninguém Pode Saber”, em 2004, conta a história de quatro meio-irmãos e irmãs com idades médias de 10 anos, e que foram abandonados por sua mãe que não era confiável e se defendem sozinhos nas ruas barulhentas de Tokyo.
Em “Pais e Filhos”, em 2013, vemos a história de duas crianças que foram trocadas por engano no nascimento, e a partir daí duas famílias com grandes diferenças aos poucos se tornam indistinguíveis.
Em “Nossa Irmã Mais Nova”, a história é sobre quatro irmãs que após a morte de seu pai têm suas vidas invadidas pela filha dele com sua amante, e testam umas às outras até que gradualmente se aceitem. Mas dessa vez, o diretor se afasta de sua crueldade.
Laços familiares são um tema constante nos filmes de Hirokazu Koreeda. A maioria deles se concentra em uma família, explorando o relacionamento entre pais e filhos ou marido e mulher sob o ponto de vista emocional, e até mesmo abordando casos mais extremos. A resposta que ele busca é a seguinte: seriam os laços de sangue o motivo da coesão entre os relacionamentos familiares? Seria possível construir uma família forte, amorosa e sincera sem esses laços? Quando vemos esses filmes, posso perceber que os personagens são incapazes de dar uma definição ao conceito de família, e os seus sentimentos uns pelos outros. Eles podem ser ao mesmo tempo cruéis e insensíveis, mas também afetuosos de uma maneira inacreditável.
Em “Broker”, apesar do pano de fundo e a identidade de cada personagem também ser escura e sombria, eles também são vacilantes, mas suas verdadeiras cores não estão mais em um espectro complexo, apenas brilhantes ou ainda mais brilhantes. No final, nenhum deles suportam sua bondade inata e partem rumo a um final feliz juntos. Parece que nesse conforto e gentileza, falta ao filme um espinho que ferisse meu coração de repente.
Eu me pergunto se os filmes do diretor sempre me causaram calafrios. Porque nós iríamos nos aproximar, inconscientemente, do centro da neblina de suas histórias cuidadosamente construídas: a vida não é tão simples, não existem as chamadas “respostas” nessa vida. Nós podemos aceitar uma turbidez a longo prazo, e estamos dispostos a acreditar em contos de fadas que surjam de vez em quando.
Mas, para um conto de fadas, se for muito comprido e tedioso, não podemos mais resistir à provocação da realidade. Porque nós não poderíamos mais ter o último entusiasmo e foco nas histórias encantadas que as crianças têm, e também não teríamos mais a confiança delas também. Você já viu esse filme? Por favor, deixe seu like e me siga antes, e depois deixe seu comentário para me contar o que achou de Broker!
Federico De Gennaro 
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Me gustó mucho!
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