O desejo primitivo em "BabyGirl" não está nem aí para o que a sociedade pensa (que bom!)
O cinema sempre teve uma relação curiosa com o desejo. Por muito tempo, a expressão do olhar sensual foi um campo de exploração quase exclusivo dos homens: a câmera oscilava entre a cumplicidade e a indulgência ao apresentar as fantasias masculinas, enquanto o desejo feminino era reduzido a um reflexo, um espelho para refletir e amplificar a masculinidade. Mas quando terminei de assistir “BabyGirl", saí do cinema - ou melhor, do sofá da sala - com a sensação de que finalmente essa relação parou
Bia Matera: Que texto! Você trazer esses dois títulos e sua análise na semana do Dia Internacional da Mulher foi algo certeiro. Recomendo o episódio do podcast Café da Manhã desta segunda-feira onde, entre outros tópicos, discutem o prazer feminino.Pelas outras críticas que eu tinha lido, tava com medo que fosse algo mais 50 tons de cinza, mas vou confiar na sua visão e dar uma chance. Por mais que a Nicole Kidman seja perfeita, gosto da imagem que você construiu aqui do desejo como algo cru.