Linoleum - Alain Chamfort/Cie Niki Noves (2019)

Numa sala escura, encontramos dois homens frente a frente, sentados no chão, cabeças ligadas por um capacete de aspecto orgânico. Eles são cercados por silhuetas imóveis e tensas. Paralelamente, em um espaço branco higienizado, esses dois homens se encaram à distância. Eles parecem ter o poder de influenciar o comportamento do outro. Suas manipulações violentas e ferozes rapidamente os levam ao limite do nocaute. Essa luta tem o efeito de animar os indivíduos ao seu redor no espaço escuro. Alain Chamfort é o elo entre estes dois espaços. Ele é a testemunha e o narrador. Ele caminha no escuro em direção a um raio de luz. No ar há partículas que vão desenhando aos poucos uma paisagem amarelada, um exterior caótico que indica uma era pós-apocalíptica. Uma criança aparece ao longe através da névoa amarelada. Ele caminha no meio de um grupo de mulheres e homens de todas as idades que caminham na mesma direção, olhando para o horizonte de uma nova terra.