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Tirando o título da expressão Longa Noite de Pedra, cunhada pelo poeta Celso E.Ferreiro para descrever o longo período de ditadura após a Guerra Civil Espanhola, o terceiro longa do cineasta galego Eloy Enciso explora o clima Postguerra e a textura da vida na Espanha da era franco por meio de retratos não convencionais, o poder das palavras e uma atmosfera deslumbrante imersão.Trabalhando com não atores e um roteiro originado de trechos de peças, memórias e cartas de prisioneiros políticos, Enciso retrata uma variedade de personagens - tanto vencedores quanto vencidos - enquanto negociam uma sociedade recém-reordenada.No centro de mudança do filme está Anxo (Misha Bies Golas), que volta para casa em sua aldeia sem nome nos anos após a guerra, suas interações com indivíduos exercendo vários níveis de poder servindo para lançar a crueldade do mundo moderno em relevo total.Enquanto ele se move pela cidade e, eventualmente, na paisagem arbórea circundante, o clima já mudo se transforma em luto conforme o filme se aproxima de seu final grandioso.Seguindo a tradição materialista de Straub-Huillet e Pedro Costa, Enciso continua a explorar temas que o preocuparam em seus trabalhos anteriores: a presença humana na paisagem (especificamente, a floresta como recipiente da história popular), a especificidade cultural e geográfica da Galiza, a procura da musicalidade na linguagem e o entrelaçamento da história, do facto e da ficção.Percorrendo sonhadoramente a sua estrutura elíptica do dia-a-noite, Longa noite é um nocturno de ferocidade e resistência, uma estranha e comovente denúncia do fascismo que emprega métodos belamente enigmáticos para combater o esquecimento.