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Precedido por um prólogo solene em que Iride admoesta os mortais para que não ofendam os deuses,a história do Didone de Cavalli ganha vida graças a inúmeras passagens solo de caráter e estrutura altamente variados,projetado tanto para suporte simples de baixo contínuo quanto para um acompanhamento instrumental mais complexo,para cinco papéis reais que desfrutam de alguns momentos independentes e que criam um desvio da ação ou se misturam a ela de uma forma totalmente lógica,intensificando-o de forma estudada,maneira evocativa.A trágica história da rainha cartaginesa desenrola-se assim com extrema atenção num enquadramento já adoptado por Monteverdi,de quem Cavalli é considerado um digno sucessor.Neste caso, é animado e,podemos dizer,dado um mais popular,apelo direto, pois visa se comunicar com um público que está crescendo gradualmente.O compositor é sincero quando afirma: "Meu espírito sempre esteve longe da imprensa: preferi deixar minhas fraquezas correrem para onde a fortuna as levar com a pena do que com a imprensa." Identifica-se com o tormento de Didone e com a "força da natureza" (Prunières) que é sua e com o brilhantismo de algumas das suas soluções,ele cria um dos mais trágicos,óperas atormentadas de todo o século XVII.