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Muzafer Bislim surge com algumas de suas canções mais perspicazes enquanto está sentado no chão,gravando letras em um gravador de fita cassete comprado em um mercado de pulgas.Um poeta e compositor que colabora com os maiores nomes da música cigana,o homem de 54 anos vive uma vida modesta com sua família em Shutka,Macedônia.Armazenado no canto de sua casa de um cômodo está um vacilante,pilha até o teto de escritos à mão,25,000 palavras,dicionário multidialeto das palavras mais antigas e obscuras da língua romani,que ele colecionou meticulosamente ao longo de 35 anos.Ao ser convidado para a Bienal Internacional de Poetas de Paris,ele vê a viagem como uma oportunidade de publicar seu dicionário.Testemunho da resistência de um povo disperso pela Europa,o dicionário não é apenas uma obra de arte, mas também um raro elo com um passado dividido.Pontuado pela poesia e canções originais de Bislim,alguns dos quais ouvimos no momento de sua criação,Chamas de Deus imerge o espectador nas tradições literárias e musicais que este artista extraordinário está empenhado em preservar.