Paranormal (1997)

Parece que a "perda de magia do mundo" sobre a qual Max Weber falou atingiu um clímax e provocou uma reação contrária.Cresce o interesse por fenômenos inexplicáveis, algo que pode até ser medido pela propensão daqueles barômetros de tendências infalíveis, as emissoras de televisão, a difundir um material dessa natureza.Os fenômenos paranormais manifestam um resquício do mundo factual que não pode ser explicado.Representam outra dimensão que requer um "meio", seja humano ou técnico, para serem percebidos.O filme Paranormal empreende a pesquisa no meio da ciência limítrofe como atividade paralela.Os cineastas procuram especialistas e amadores no campo do sobrenatural e pedem que expliquem os métodos pelos quais fazem contato com a "rede de informações cósmicas".O aparato necessário constitui a parte central do relatório.Em sua busca por "unidades de sentido" no caos, os pesquisadores usam, curiosamente, aquelas técnicas que são atualmente centrais para a desconstrução, amostragem e riscagem da cultura popular.Paralelamente a isso, Lampalzer/Oppermann também realizam seus próprios experimentos por diversos meios cinematográficos, que vão desde a fotografia de quadro único até uma câmera Super 8 manipulada.A falha em fazer contato é mostrada em parte irônica e em parte lacônica.O final fica aberto à interpretação. O material não exposto do filme pendurado em uma árvore torna-se um signo ambíguo.