Mañana... (1957)

"Amanhã..." é a palavra dita por muitas pessoas que sentem impotência de enganar a si mesmas, por covardia de enfrentar cara a cara as circunstâncias da vida. Como Don Felipito, o mendigo que nunca teve a decisão de medir suas forças como escritor contra os editores e tenta sobreviver vendendo pentes que ninguém compra. Como também o tranquilo Silvestre, vigia numa fábrica de biscoitos, que sente a vocação da música, mas nunca quis quebrar o cerco da obrigação diária. Ou o casal de amantes noturnos que escreveram sua história nas paredes de Barcelona. Ou o pobre palhaço que não faz ninguém rir. Sonhadores que enfrentam seu vazio existencial, uma falta de consequência vital que os deixou prostrados.