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"Este julgamento é imaginário",estas são as primeiras palavras do narrador,que continua apontando para as figuras,promotor,advogados,jornalista,rostos em um fundo preto abstrato,concluindo: "Por não ter podido assistir a um julgamento desta natureza,eu me aprisiono,e deixei minha imaginação fluir." Hanoun anuncia imediatamente o projeto deste filme a-naturalista,financiado por Godard,em que Eustache faz uma aparição.Ele estabelece sua própria relação com a verdade,numa dialética do conhecido e do visto.O julgamento de Carl-Emmanuel Jung,um criminoso de guerra nazista,acaba por ser o de um certo cinema.Com base em relatos históricos,inverte os usos do testemunho (mudanças de voz,sempre desligado,de um orador para outro) como as expectativas de prova por imagem (recusa em mostrar as provas visuais anunciadas).Um filme político enraizado no presente,sobrepõe espaços uns sobre os outros,do tribunal para o exterior,de modo enganoso para a cópia pulsional do espectador voyeur,dando lugar de destaque à escuta.Fazendo eco às análises de Arendt,a aposta,longe do espetacular e da dramaturgia usual do tribunal exibida no cinema,é a dessas "palavras atonais,sem paixão,para contar o horror imensurável do crime nazista.""