Io non sono un moderato (2007)

16 de outubro de 2005: pela primeira vez na Itália, foram realizadas eleições primárias para escolher o antagonista de Berlusconi nas próximas eleições políticas em 2006. A extraordinária participação popular, muito além de todas as expectativas, exortou o Prêmio Nobel de Literatura Dario Fo a invocar eleições primárias para as eleições para prefeitos em sua cidade, Milão, e propor-se como candidato. Sua candidatura tem um ótimo valor simbólico. O próprio Milão é um símbolo: o motor econômico do país, a "capital moral" da Itália - como se define. Milão também tem um valor simbólico para a política italiana: testemunhou a ascensão empresarial e política de Silvio Berlusconi e incorpora suas características. Mas não é um caminho fácil para Dario Fo. Apesar da aceitação calorosa do povo milanês, a maioria dos partidos de esquerda decide não apoiá-lo e candidatar-se ao ex-prefeito da cidade. O documentário acompanha toda a campanha do Fo, dos encontros preliminares aos discursos públicos, das confissões muito íntimas aos espetáculos teatrais feitos para a campanha. A força da candidatura de Dario Fo é trazer a paixão de volta à política, para colocar em evidência partes inteiras da população que haviam sido esquecidas e desiludidas pela política, para tentar encontrar um novo espaço político para a sociedade civil. Mas o documentário é também uma maneira de descobrir as conexões entre as obras artísticas e a vida pública de um dos intelectuais italianos mais influentes, um mito para os radicais de esquerda de toda a Europa.