Cairo 678 (2010)

Nas ruas movimentadas do Cairo, lotadas de gente correndo para o trabalho, a vida avança em ritmos frenéticos. Congestionamento de trânsito, barulho e ônibus lotados de homens e mulheres - isso é normal em uma cidade grande a caminho do progresso. Mas, sob esse manto de normalidade, um tipo particular de crime prospera no mundo de pequena escala do transporte público - tão sutil e evasivo para o olho destreinado - que parece, praticamente, inexistente. Mulheres de todas as idades, independentemente de seu traje, são sexualmente objetificadas e abusadas diariamente, tolerando silenciosamente as necessidades pervertidas dos passageiros do sexo masculino. Nessas circunstâncias, como uma mulher pode se defender de seus ataques; proteger-se contra a angústia e a vergonha do assédio repetido, quando a população masculina de uma nação permanece intocada por essa obscenidade?