Andino (2019)

A paisagem quente e seca do norte do Chile, junto com o silêncio e a quietude do deserto, acolhe uma série de personagens que passam, viajantes errantes ou nômades, e outros que emigram de uma grande cidade em busca de novas formas de se estabelecer, uma tentativa de esquecer ou simplesmente sumir no meio de uma fase inóspita. Andino explora os contrastes entre esses personagens e o ambiente árido, por meio de diversas técnicas fotográficas, folheando material fílmico descartável, desgastado, deteriorado e até mutilado. Esses materiais nos permitem mergulhar no espaço dos personagens e em suas mentes. O filme dilui-se corroendo assim o instante captado do tempo, destrói-o, e a matéria transformada deixa-nos ver fissuras. As imagens perdidas agora podem ser vistas, lutando para permanecer como os personagens, deixando o espectador imerso nessa viagem pelo espaço e pela memória.