Jean-Benoît Dunckel

Quando François Ozon solicitou uma trilha sonora para Été 85 * (também conhecido como Summer Of 85), um drama de amadurecimento que se tornou um destaque da Seleção Oficial de Cannes 2020, o diretor recorreu ao músico e compositor Jean-Benoît 'JB' Dunckel, o metade experiente do lendário duo pop eletrônico AIR e um criador de trilhas sonoras de filmes por seu próprio mérito. "François gostou de AIR e de minhas trilhas sonoras anteriores", explica Dunckel. "Nós dois prestamos atenção ao estilo e à estética, para criar algo que pode ser perturbador, bonito, melancólico e até sombrio." AIR também era especialista em trilha sonora, começando em 1999 com a trilha do filme de estreia de Sofia Coppola, The Virgin Suicides, que levou a dupla a contribuir para os próximos dois filmes de Coppola, Lost In Translation e Marie Antionette. O seu último álbum até à data, 2014, Music For Museums, também foi uma encomenda do Palais des Beaux-Arts de Lille para o seu projeto Open Museum. Dunckel continuou a fazer álbuns pop solo - mais recentemente a expansiva odisséia pop H +, lançada em 2018 - e com colaboradores sob nomes diferentes, incluindo Tomorrow's World e Starwalker, mas ele aprecia principalmente o desafio de trilhas sonoras. "Gosto de ser dirigido", admite. "E as colaborações me motivam mais, porque devo servir à emoção que as pessoas desejam. Estou sempre aprendendo sobre como faço música e sinto que estou fazendo mais progresso com filmes do que com álbuns pop." As experiências de Dunckel em som e produção digital deram a ele uma vantagem distinta e, ao lado de Été 85, Dunckel compôs as trilhas sonoras de dois outros filmes em 2020; o drama excêntrico Poissonsexe (conhecido como Sexfish) e o documentário politicamente carregado da Netflix, Capital In The 21st Century. Ele também escreveu a música para a série Mytho ** da Netflix, para marcas líderes como Hermes e Van Cleef e para a empresa de software Ubisoft. Seu próximo filme original aparecerá no início de 2021, para o emocionante drama adolescente do diretor Aino Suni, A Girl's Room ***, e está trabalhando em sua terceira trilha para o diretor Oliver Babinet ****. Qualquer que seja o meio, o amor e a compreensão de Dunckel pela composição musical transparecem. “Acho que o que as pessoas gostam na música é a capacidade de deixar a terra, como um pássaro”, conclui. “Ter esse momento, nas nuvens, e parar de pensar nos problemas. A música é aquele pedacinho do paraíso”.