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Jaime Rosales não é o tipo de cineasta comum.Sempre tentando encontrar novas formas de expressar sua arte e sua técnica, pode desconcertar aqueles que, tendo visto um de seus filmes, pensam que ele pode ser classificado em uma categoria ou outra.Infelizmente para eles, mas felizmente para aqueles que estão em busca de artistas autênticos, Jaime Rosales é completamente inclassificável.Um de seus filmes pode ser em preto e branco, o próximo será em cores.Em uma de suas obras o diálogo será quase inaudível, enquanto na seguinte será o mais claro e significativo possível.Às vezes, ele prefere tiros fixos, enquanto em outras tiros de rastreamento (incluindo os circulares) será a norma.Em algumas sequências, o tempo será esticado, em outras, contraído.Portanto, não tente rotular Jaime Rosales, você está fadado ao fracasso.Simplesmente porque o homem ama a experimentação e goste ou não de sua obra, não se pode negar que ele é um artista sincero e exigente em constante renovação. Nascido em Barcelona em 1970, o futuro queridinho dos festivais de cinema paradoxalmente começou por estudar economia. Porém, mais apaixonado pela sétima arte, ele mudou de curso e ingressou em duas escolas de cinema diferentes, primeiro a EICTV em Cuba e depois o AFTRSBE em Sydney, Austrália. Logo se viu dirigindo, três curtas-metragens de estreia, aos quais se seguiram oito longas, todas selecionadas e premiadas em festivais de cinema, sendo uma delas, 'La Soledad', que surpreendeu até o sucesso de público. Se, como eu disse, Rosales nunca faz o mesmo filme duas vezes, ele tem um tema recorrente, além de um subtema, os efeitos nocivos da violência na (aparentemente) bem ordenada vida cotidiana das pessoas, geralmente descritos de antemão, minuciosamente e ... devagar. O que é melhor exemplificado por seu primeiro esforço, 'Las horas del dia' (2003), com sua revelação tardia de que o protagonista principal, cujo cotidiano comum foi descrito em detalhes, é ... um serial killer. A violência virá depois perturbar os personagens de todos os seus filmes, aquela inerente à solidão e ao câncer em 'La soledad' (2007), a crueldade de um comando ETA em 'Tiro en la cabeza' (2008), a perda de um filho ' em 'Sueño y silencio' (2014). É a brutalidade da sociedade contra os jovens que induz o casal de 'Hermosa Juventud' (2014) a tentar fazer um filme pornô e a crueldade de um narcisista pervertido que provoca as tragédias pessoais de 'Petra' (2018). Não para todos os gostos, o ambicioso trabalho de Jaime Rosales homenageia não só o cinema espanhol, mas também o cinema mundial.