Susan Sontag

Nascida em Nova York, criada no Arizona e na Califórnia, educada na Universidade de Chicago, em Harvard, em Oxford e na Sorbonne, Susan Sontag constitui um verdadeiro desafio para qualquer biógrafo. Um romancista, filósofo, ensaísta, diretor de cinema e dramaturgo, ao longo dos últimos trinta anos ela tem sido uma figura controversa, esnobe demais para muitos de seus críticos, mas sempre pronta para um engajamento "realístico" onde e quando a livre expressão humana está em jogo (Vietnã, China comunista, Bósnia). Entre seus ensaios, que são de longe sua mais completa conquista estética, muitos são dedicados ao cinema, seja para filmes individuais (como "Persona" de Bergman, "Vivre sa vie" de Godard, "Hitler, um filme da Alemanha" de Syberberg, mas também "The Dictator" de Chaplin e "Doctor Strangelove" de Kubrick, diretores (Robert Bresson, Jean-Luc Godard, Leni Riefenstahl) ou gêneros (ficção científica). Seus próprios filmes são profundamente inspirados pelo estilo modernista. Os dois primeiros, Duet for Cannibals (1969) e o irmão Carl (1971), ambos filmados e produzidos na Suécia, mostram claras influências das reflexões de Bergman sobre a impossibilidade da comunicação humana. Carta de Veneza (1983) é um documentário elegíaco de uma turnê mental da melancolia, enquanto "Terras Prometidas" é um chocante documentário sobre Israel / Palestina que conseguiu indignar tanto os pró-israelenses quanto os pró-palestinos na época de seu lançamento em meados dos anos 70. Desde que foi diagnosticada com câncer de mama em 1975 (que acabou superando durante vários anos de tratamento), ela esteve envolvida em pensar e escrever sobre o papel da doença (tuberculose, câncer, AIDS) na sociedade ocidental contemporânea.